CIVILIZAÇÕES PRÉ-COLOMBIANAS DOS TOLTECAS, MAIAS, ASTECAS E INCAS

terça-feira, 14 de maio de 2013

A ARTE CULTURAL DOS OLMECAS


O machado de jade Kunz, inicialmente descrito por George Kunz em 1890. Apesar da forma de machado, com uma aresta ao longo da parte inferior, não é provável que este artefacto fosse utilizado fora de rituais. Altura: 28 cm.

ARTE CULTURAL
A arte na cultura olmeca caracteriza-se por uma grande mestria na escultura e cinzelagem, a qual não foi excedida por nenhuma outra civilização pré-colombiana. Esta mestria é visível tanto na arte colossal como na arte miniatural.
Os artistas olmecas produziam a sua arte em :
argila, pedra ( entre elas o basalto, andesito, jade e obsidiana) e madeira e ainda na forma de pinturas rupestres.
A criação artística desta civilização obriga à distinção entre a arte monumental ou colossal e a arte menor ou arte mobiliária. A cultura olmeca, que existiu entre 1200 e 500 a.C., foi a primeira das grandes civilizações mesoamericanas, e entre estas a primeira a desenvolver um sistema de escrita e um calendário. Mas foi sem qualquer dúvida a sua arte excepcional, tanto pela sua riqueza iconográfica como pelas suas qualidades técnicas, que tornou-se uma referência e uma herança para todas as culturas mesoamericanas posteriores. Deste modo a escrita maia vai apropriar-se do primeiro sistema glífico elaborado pelos artistas olmecas. Os toltecas, zapotecas, astecas e todas as outras civilizações da Mesoamérica acabarão também elas por usar a cultura olmeca como referência em muitos outros domínios, sejam eles artísticos, técnicos, religiosos ou intelectuais

CENTROS ARQUEOLÓGICOS
A arte olmeca permaneceu desconhecida até 1862, ano da descoberta fortuita da primeira cabeça colossal em Hueyapan (Veracruz) efetuada por José María Melgar y Serrano. Será necessário esperar até 1925 para que sejam descobertos outros megálitos olmecas. Os especialistas Frans Blom, arqueólogo, e Oliver La Farge, etnógrafo, exploram a costa do golfo do México e o sudeste do México. As suas primeiras descobertas de obras olmecas são incorretamente confundidas com obras maias. O arqueólogo Hermann Beyer, nos anos trinta, dá o nome "olmeca" a esta nova civilização. A cultura e arte olmecas são então definidas e o termo é oficializado em 1942 pelos olmecólogos para designar a civilização-mãe da Mesoamérica, cujos centros mais importantes conhecidos são :
-La Venta,
-San lorenzo Tenochtitlán,
-Laguna de los Cerros,
-Tres Zapotes
-Cerro de las Mesas,
Nos atuais estados mexicanos de Tabasco e Veracruz, e ainda Tlacozotitlan e Abaj Takalik situados em Guerrero e na Guatemala, respectivamente.
Em seguida, Alfonso Caso e Miguel Covarrubias, definem os traços culturais da Mesoamérica e o arqueólogo americano Matthew Stirling coloca em evidência os sítios chave da costa do golfo que serão objeto de escavações que revelam importantes descobertas artísticas olmecas.
A fim de compreender bem a emergência da arte olmeca, é preciso especificar que esta civilização está na origem de um estilo artístico e de uma iconografia que integra-se na cronologia  entre 1200 e 500 a.C., no período pré-clássico (ou Época I segundo a cronologia mais recente de Christian Duverger estabelecida em 1999).
Mapa mostrando alguns sítios olmecas.

PRÁTICAS RITUAIS
 As primeiras escavações arqueológicas em sítios olmecas revelaram práticas rituais em ossos humanos. Foram constatadas mutilações dentárias e deformações cranianas. Estas práticas, ainda que chocantes nos tempos de hoje, tinham um grande simbolismo e podem ser observadas em certas esculturas, sobretudo em jade, representações artísticas dos seus usos e costumes.
ESCRITA
 No que toca à escrita e apesar das controvérsias que tal tema levanta entre os especialistas, pode afirmar-se atualmente, após a descoberta do bloco de Cascajal, que existia um sistema de escrita entre os olmecas desde 1200 a.C.. O bloco de Cascajal revela toda a sua importância, tratando-se do mais antiga escrita descoberta na América. A aparição de uma escrita olmeca (ideogramas e pictogramas) evoca consequentemente uma linguagem mais do que uma simples ornamentação.Trata-se certamente duma "linguagem de sinais" relevada sobretudo do domínio religioso e do campo sociopolítico. A ideia de uma escrita baseada apenas na forma dos ideogramas deverá portanto ser excluída.
Os 62 glifos do bloco de Cascajal. 
ARTE OLMECA
 A arte olmeca é portadora de todos esses sinais que podem ser encontrados em primeiro lugar nos objetos em terracota e mais tarde em outros suportes, tais como a pedra. De acordo com a escola francesa promovida por Christine Niederberger e retomada nomeadamente por Caterina Magni, a cultura olmeca é um conjunto multiétnico e plurilinguístico, concretamente, a sua presença é atestada em níveis de ocupação antigos na costa do golfo do México, no vale do México e ao longo da costa pacífica dos estados de Guerrero, Oaxaca e Chiapas, mas sobretudo para além das fronteiras mexicanas, até ao sul da Costa Rica. Outros especialistas, como Michael D. Coe e Gareth Lowe, ligam os olmecas às famílias linguísticas maia e mixe-zoque respectivamente; Gareth Lowe faz referência à língua popoluca, do grupo macromaia mixe-zoque, falada pelos habitantes da costa do golfo.



Fontes:
pt.wikipedia.org
noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2012/12/18/arqueologos-acham-cranios-deformados-em-cemiterio-milenar-do-mexico.htm
Formatação e pesquisa: Helio Rubiales

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